O Jornal da Manhã da última quinta (11), da Jovem Pan, abriu a edição falando sobre fibromialgia, condição que afeta cada vez mais pessoas e que, por muito tempo, foi pouco conhecida ou tratada como “dor sem causa”. A partir de janeiro, pessoas com fibromialgia passarão a ser oficialmente reconhecidas como pessoas com deficiência, o que deve ampliar direitos e acesso a políticas públicas específicas.

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A presidente da Associação Girassóis Fibromiálgicos do Extremo Sul Catarinense, Giselli Cunha, explica que essa mudança tem potencial para impactar diretamente a qualidade de vida dos pacientes. O reconhecimento formal da condição como deficiência deve obrigar estados e municípios a estruturarem fluxos de atendimento, criar protocolos e garantir suporte contínuo. A aplicação prática da lei, no entanto, ainda dependerá da forma como governos estaduais e prefeituras vão organizar os serviços a partir de 2026.

Segundo Giselli Cunha, o ideal seria a montagem de uma equipe multiprofissional exclusiva ou referenciada para essa demanda, com dentista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, enfermeiro e farmacêutico. Esse tipo de time é essencial porque a fibromialgia não se limita à dor muscular. Muitos pacientes apresentam depressão, distúrbios do sono, bruxismo, dores intensas na mandíbula, uso elevado de medicamentos e limitações físicas que comprometem o trabalho, a vida social e a autonomia.

Com o reconhecimento da fibromialgia como deficiência, pessoas diagnosticadas poderão ter acesso a benefícios e prioridades semelhantes às de outros grupos de pessoas com deficiência, como preferência em filas, vagas de estacionamento e outros direitos previstos em lei, desde que preencham os critérios definidos na avaliação biopsicossocial.

Para as associações e pacientes, o desafio agora é fazer com que a lei saia do papel. A expectativa é de que, a partir do próximo ano, estados e municípios estruturem equipes, criem protocolos de atendimento e garantam tratamentos contínuos, para que o reconhecimento legal se traduza em cuidado real e efetivo para quem convive diariamente com dor crônica e limitações funcionai